Agradeço a todas as visitas e comentários! Seja bem vindo!!! Que Deus abençoe a tua vida!

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Conversão Necessária


A igreja evangélica brasileira precisa urgentemente de converção

A igreja brasileira jamais produziu tanta baboseira como nos últimos tempos. Vemos uma igreja à imagem desfigurada de um cristo que ela mesma fabricou: um Jesus idolatrado, projetado segundo as suas próprias expectativas produziu uma igreja alienada, isolada, irrelevante do ponto de vista político e social. Uma igreja de clientela e não de irmãos. Uma igreja de atendimento e não de serviço. Uma igreja fruto da projeção humana. Os críticos raramente diferenciam uma religião ou denominação da outra. Falando em igreja, avalia-se tudo como ‘farinha do mesmo saco’. Esse é um equívoco perigoso e injusto, embora compreensível. Pois, se nas igrejas existe ignorância e carência de reflexão, fora dela não é diferente.

A reflexão, a autocrítica e avaliações são importantes a cada ser humano. Também as empresas, governos e igrejas deveriam valorizar mais estes processos. Uma organização mesquinha e egoísta está longe dos valores cristãos. Falo da instituição onde estou mais pessoalmente envolvido. Eu mesmo já ouvi de líderes da igreja sugestões para que me calasse sobre questões sociais, ambientais e políticas. Que eu me ativesse às subjetividades da fé e da espiritualidade. Mas, que tipo de fé é essa? Que espiritualidade é essa que não transcende ou perpassa as questões do cotidiano? Que Jesus é esse que não se encarnou? Jesus não foi um alienado.

A igreja é cristã. Ela não é asceta, budista, hinduísta ou gnóstica. Jesus não ensinou a desvalorizar a matéria enxergando-a como secundária ou má. Que o mundo não presta e que só o espírito é algo elevado está longe de ser um ensinamento bíblico. As Escrituras falam de um Deus Pai de toda a criação. O nosso Deus é um Deus que se encarnou. Jesus não foi acusado, julgado e condenado somente pela religião dominante. A crucificação se deu num contexto onde a religião dominante estava comprometida com o império. Jesus foi crucificado graças aos interesses religiosos judaicos e também pelo poder do império romano. Cristo incomodou os líderes religiosos, mas, também os líderes de Roma que viam nEle uma ameaça política. O sacrifício de Jesus na cruz não aconteceu num sentido figurado. Não é apenas uma fábula ou algo metafórico que aconteceu no mundo dos espíritos.

Enquanto os Impérios e reis conseguem conquistas à base da violência e da força física, Deus expande o seu reinado de maneira invisível, nos corações das pessoas. Enquanto o poder e domínio dos homens são ilusórios e limitados, Deus tem nas mãos o domínio real e eterno. A igreja evangélica brasileira precisa urgentemente de converção. Precisamos nos encontrar novamente nos caminhos de Jesus de Nazaré. Carecemos redescobrir aquele Evangelho subversivo e revolucionário que mudou a história!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Entre o Berço e a Cruz

Sair da manjedoura é arriscar-se a cruz

As igrejas hoje falam a respeito de Jesus. Estudamos seus ensinamentos. Até oramos e lemos a Bíblia. Lotamos templos e buscamos o alívio divino para as nossas dores. No entanto, uma das questões chave da vida, ministério e encarnação de Cristo nós ignoramos: a historicidade desse evento. Jesus foi Deus encarnado. Ele morreu na cruz pelo pecado da humanidade. Jesus foi exemplo de vida e seus ensinamentos um reflexo daquilo que viveu.

Hoje, nós também vivemos dentro de um período real da história. O que significa ser humano hoje? Quais são as lutas, desafios, problemas, conquistas e sonhos de uma vida? Que alegrias e tristezas você tem vivido? Será que foi mais fácil para Jesus? A questão ignorada, pois poucos refletem sobre ela, é a humanidade, a historicidade, o contexto familiar, social, político e humano de Jesus de Nazaré. Ignoramos que ele trabalhava com o seu pai, teve uma profissão, cresceu brincado com outras crianças, viu pessoas queridas morrerem à sua volta, passou pela erupção de hormônios e todos os desafios da fase adolescente. Algumas vezes foi contra as intenções de sua mãe e se desentendia com seus irmãos... Quando adulto, os desafios só aumentaram. Não fugiu de pagar os impostos ao Império, tinha obrigações como cidadão, caminhava, se cansava, suava, tomava banho, trabalhava, se indignava com as injustiças. Havia uma sociedade, havia um contexto religioso corrompido e um império tirânico. Jesus também foi tentado!

A igreja hoje fala e conhece um Jesus místico, transcendental, espiritual, quase fantasmagórico. O que conhecemos e sobre o que falamos está mais para um Jesus idealizado. Ignora-se o Jesus homem, imanente, real, que caminhava, se sujava, suava; o Jesus sentimento, emoção, pele, carne, osso, chicote, lágrima... Sim, Jesus é Deus. Ele se encarnou e foi também plenamente humano. A igreja hoje possui os seus cultos, ritos e orações. Lotamos templos, buscamos soluções para os nossos problemas, lemos a Bíblia, realizamos grandes encontros. Mas, na maioria dos casos, a igreja que se revela não passa de uma imagem desfigurada de um Jesus que ela mesma produziu: um Jesus idolatrado, projetado segundo suas próprias expectativas. Uma igreja alienada, isolada, irrelevante no seu contexto cultural, social e político.

Jesus nasceu, mas não fez da manjedoura o seu berço esplêndido. O desafio, então, não está em fugir da realidade fechando os olhos ou criando guetos cristãos. Sair da manjedoura é arriscar-se a ganhar a cruz. O que significa viver como Cristo em nossa realidade hoje? Quais são os desafios a que podemos e deveríamos responder enquanto cristãos neste mundo?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Minhas Meditações Sobre o Natal

Calor, Trovoadas, Mangas... É Natal!
Mais um natal! São muitas as sensações nesse tempo mágico. Apesar de toda a banalização e exploração comercial em cima da data, algo ainda insiste em permanecer! Uma nostalgia misturada com esperança. O vivido e o por viver! O natal me faz recordar os tempos de criança e, depois, já adolescente. Um tempo onde as coisas eram mais simples. Não sei se porque eu era criança ou se porque era um tempo anterior ao de agora! Dos dez aos vinte anos morei num lugar chamado Córrego São Luiz, interior de Vila Valério no estado do Espírito santo. Região agrícola onde o forte é o café. Vivíamos lá, meus pais com três filhos e uma filha.
O terreno não era nosso. Trabalhávamos entregando sempre a metade da colheita ao proprietário das terras. Apesar da pobreza e da vida simples, o natal sempre era aguardado com expectativa. Não tinha ceia, nem árvore de natal, não tinha papai noel, muito menos troca de presentes... Lembro umas duas vezes, quando penduramos goiabinhas verdes enroladas com o papel chumbo (dourado ou prateado) num pinheiro que tinha na frente de casa. O papel era guardado do ano anterior, aqueles de embrulhar bombom. Os bombons eram os dois ou três que vinham no pacotinho de natal da igreja. Ah sim! Pacotinho muito aguardado também! Algumas vezes participamos de programas de natal recitando poesias, jograis ou encenando uma peça natalina. Não tinha preparativos especiais, comida e bebidas diferentes... Não tinha enfeites de natal, exceto algumas coisinhas simples e improvisadas que a mamãe arranjava. Algumas vezes ela nem queria ir conosco a igreja, que era para não vermos as outras crianças recebendo aquilo que ela não podia dar aos filhos... Os pacotes eram pagos! Algumas vezes nós ficamos sem.
Final de ano é muito quente no Espírito Santo. Época de manga, melancia e abacaxi. Quantas vezes íamos aos ensaios na igreja e voltávamos debaixo de muita chuva. O calor propicia temporais maravilhosos no Espírito Santo. Até hoje gosto de ver uma tempestade se formando no céu escuro. Como não saíamos e nem recebíamos visitas, o passatempo era assistir os filmes e desenhos animados com temas natalinos na pequena TV preto e branco. Talvez essa experiência dos natais passados seja que hoje não me permite encontrar nenhum significado naquilo que vejo e ouço sobre o natal da mídia.
Eram tempos difíceis. Mas, lembro com saudades. Tempo em que o natal era mais mágico. O natal, assim, ainda permanece para mim como um tempo bom. Não sei explicar. Não tem nada a ver com tudo o que vemos e ouvimos nessa época... Sei que Maria “deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2. 7).
Dezembro de 2007
Tá aí a 'família Buscapé':
Rodomar, Ricardo (Júnior), Romildo, Rosimere, Mamãe (Maria) e Papai (Ricardo)
Foto de Janeiro de 1994 lá no Córrego São Luiz/ES.
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Natal Feliz
Chegamos à época do ano em que as pessoas desejam um feliz natal. Mas, o que seria um natal feliz? Para milhões de crianças nada pode trazer maior felicidade do que ganhar do papai Noel o presente tão esperado. Para um papai “Noel” desempregado que não pode atender o desejo do filho, a felicidade está em finalmente conseguir emprego. Para os familiares e amigos que tem alguém num leito de hospital a felicidade está em que a pessoa querida se recupere e volte para casa.
Comida para quem tem fome; saúde para quem está doente; trabalho para quem está desempregado; companhia para quem vive solitário; reencontrar os familiares que a tempo não vê; recordar os tempos de outros natais que borbulham da nostalgia provocada pelos cânticos natalinos; receber aquela visita inesperada; ter uns dias para poder dormir até mais tarde... Sentir-se vivo.
Engraçado. Desde o mês de outubro assistimos uma enxurrada de propagandas relacionando felicidade com presentes. Todos correm num consumismo desenfreado. Comprar, comprar, comprar... Parcelar, financiar, quitar... E o novo ano que todos queriam que também fosse feliz, acaba se tornando mais uma vez a luta para pagar o preço de um “feliz” natal.
Mas, quanto custa um prato de comida para quem tem fome? Quanto custa a presença e o abraço de um pai ausente o ano todo imerso em seu trabalho? Quanto custa um bom papo com os amigos e familiares onde se relembra, entre boas risadas, aqueles natais do passado? Como pagar a alegria de poder voltar para casa depois de um longo tempo preso na cadeia ou no leito hospitalar? Quanto custa um abraço? Quem pode pagar por um sorriso? Você já viu alguma promoção de cosquinhas? Qual é o papai Noel que pode trazer aquela comidinha que só a mamãe sabe fazer? Você já tentou embrulhar um beijo? Não, nada pode pagar um colo...
Neste natal, dê o seu presente, aquele que você comprou lá na loja e fez um pacote bonito. Mas, não esqueça o mais importante. Para o seu natal ser feliz é preciso fazer alguém feliz. E, para isso, um presente caro e embrulhado com capricho pode ser apenas o detalhe. Ás vezes, um detalhe dispensável. Pode parecer clichê o que vou dizer, mas, nenhum presente equivale a se fazer presente. E o curioso é que isso custa pouco, muito pouco para quem dá. E, vale muito, muito mesmo para quem recebe. A moda passa. Os presentes logo são esquecidos. Aquilo que você viveu na presença das pessoas que ama permanece para sempre. O presente mais importante e valioso para um ser humano é outro ser humano. Um presente, presente.
Um natal humano e feliz para você e toda a sua família!
Dezembro de 2006
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Seja Rico ou Seja Pobre Ele Vem
Se o Papai Noel existisse, ele seria o homem mais solitário do planeta. Apesar de, conforme a crença, ele ser um velhinho bondoso que sai por aí distribuindo presentes no natal, nunca ninguém disse que ele tivesse amigos. Embora que todos que recebem seus presentes possam considerá-lo um amigo – mas, “todos são amigos de quem dá presentes” (Provérbios 19. 6). De acordo com a lenda, Papai Noel conhece todo mundo. Mas, ninguém conhece Papai Noel! Ninguém sequer o vê para agradecê-lo. Na verdade, quem se importa? Desde que o pressente esteja lá como de costume! Sim, ele conhece todos, “seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem...” Quando eu era criança, ouvia essa música e ficava pensando: Puxa! Acho que eu não sou rico e nem sou pobre!
Dizem que ele só trás presentes para ‘quem se comportou’ durante o ano. Ele segue uma espécie de justiça retribuitiva, ou seja, só ganha presente quem mereceu. Mas, quem poderia ganhar alguma coisa por merecimento? Aquele menino da outra rua que vive implicando com todo mundo, adora maltratar os cachorrinhos, cola nas provas do colégio, ta sempre xingando palavrão e, ainda assim sempre ganha coisas incríveis no natal!? Será que mais uma vez eu fiz alguma coisa que faz de mim uma pessoa pior do que ele!?
No teto da capela Sistina, no Vaticano, Michelangelo pintou a figura de um senhor de cabelo e barba grisalhos. Seria o Deus de Michelangelo um Papai Noel apenas um pouco mais jovem? Ou seria o Papai Noel de cabelo e barba branca a representação de Deus no imaginário de milhões de pessoas? Aprendemos que Deus criou todas as coisas. Ele conhece todas as pessoas. Ele mora mesmo num lugar distante onde ninguém sabe ao certo onde fica? Muitos gostam de repetir que Deus é amor. Seria por isso que ele sai, uma vez por ano, distribuindo presentes para quem foi comportadinho?!
Para os cristãos, o tempo de quatro semanas que antecede o natal é conhecido como advento, do latim adventus, que significa vinda. É um tempo de espera, alguém está por chegar. É uma época onde muitas pessoas limpam bem suas casas, o pátio, o caminho de chegada... Lembro-me bem de ver e viver essa realidade no interior do estado do Espírito Santo. Mas, ainda hoje não é diferente. Mesmo não sabendo bem o quê esperam as pessoas vivem uma expectativa, fazem arranjos como se alguém especial estivesse para chegar. Em alguns bairros e cidades ele até já chegou antecipadamente. Puxa vida! E nem deu tempo de dar uma geral na casa! Ainda bem que ele ficou só ali pela praça mesmo!
É triste como uma figura tosca, todo empacotado em pleno verão de um Brasil tropical, símbolo do consumismo e garoto propaganda do marketing natalino se transforma em mais um bezerro de ouro, fazendo com que tudo seja deturpado! Ainda bem que deixei cedo de acreditar em Papai Noel. Isso sim, não passa de “ópio para o povo”. Uma maneira de iludir os mais incautos e fazê-los dormir num sonho para acordarem num pesadelo. A alegria do décimo terceiro de hoje pode se transformar na dor de cabeça de um SPC amanhã. Eu sou mais Deus. Ele, nunca ninguém conseguiu retratar. Ele não seria insensato a ponto de usar gorro, paletó e botas em pleno verão brasileiro. E, o que é mais reconfortante: Ele demonstra o seu amor por nós quando ainda éramos pecadores (Romanos 5. 8). Ele sim, vem e não decepciona. Mais do que presentinhos, Ele dá a própria vida! E tudo isso, mesmo que eu não tenha sido assim tão comportadinho!
Dezembro de 2005
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Chegamos a época do ano em que o centro da cidade é o pior lugar para se estar. Vendedores ambulantes oferecem os seus produtos, novas lojas abrem as portas, enfeites natalinos de todos os tipos acrescentam luz e um tom avermelhado a paisagem, muito barulho de carros e pessoas se trombando pelas esquinas, o comércio anuncia suas novidades e promoções... É natal ou, quase.
Na verdade ainda estamos no tempo da espera. É o advento que antecede aquele dia tão esperado. Advento é vinda, é chegada. Todos se envolvem pelo clima. Cada um numa expectativa pessoal: as crianças esperam o papai Noel; todos aguardam ansiosos pelo seu presente; famílias esperam a visita de amigos e familiares; trabalhadores cansados estão ansiosos pelas férias; outros não vêem a hora de viajar e comerciantes e empresários aguardam contabilizar bons lucros obtidos nesses dias de euforia... E..., finalmente, festa!
Sim, é hora de celebrar! É tempo de comemorar! Mais um ano se foi, o tempo passou, muita coisa aconteceu. Dormimos, acordamos, trabalhamos, brincamos, choramos e rimos. Cada um a sua maneira, de acordo com as particularidades de sua própria vivência. No meio disso tudo, às vezes, se ouve falar coisas bonitas. Dizem que natal é tempo de solidariedade. É hora de reunir a família, ouvir mensagens de amor e paz. Na verdade é o que mais ouvimos nesses dias, no entanto, é o que menos se vê na prática.
Alguns poucos aguardam o nascimento do menino Jesus. Sim, Jesus. Para surpresa de muitos é Ele mesmo a razão do natal. Porém, Ele não nascerá mais. Não existe mais menino Jesus. Como diz bem a música: “já nasceu Deus menino para o nosso bem...” Nasceu! Também cresceu, viveu, caminhou e ensinou pelos caminhos empoeirados da Palestina. Morreu! Ele sabia bem que essa seria uma das etapas de sua existência na terra. Falou de um tempo onde “muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade o amor de muitos esfriará” (Mateus 24. 10-12). Falou ainda muitas outras coisas antes de ser pregado à cruz. Como Ele sabia que entre os propósitos de Deus constava a sua ressurreição, ascensão e uma nova vinda, disse ainda que “o seu povo estivesse preparado, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam” (Mateus 24. 44).
É esse o tempo de espera que vivemos hoje. Jesus não virá mais num dia 25 de dezembro qualquer. Não virá mais como menino e Salvador. Não haverá mais presentes, papai Noel e enfeites baratos. Na verdade haverá muito mais lamento que alegria naquele dia (Mateus 24. 30). Não haverá nascimento. Haverá um retorno, o dia em que Jesus voltará.
Talvez não fosse essa a mensagem que você esperava nesses dias. Mas não é enganando a si mesmo e tapando o sol com a peneira que você mudará a realidade. O que você está esperando? Quais são as suas maiores expectativas? O Apóstolo Paulo disse que até a natureza aguarda com grande expectativa que os filhos de Deus sejam revelados e conclui que “nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos” (Romanos 8. 19-27). Um final de ano de esperança para você e todos os seus!
Dezembro de 2004

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Lembra-te de Mim

"lembra-te de mim quando entrares no teu Reino

Nas últimas semanas meditamos juntos sobre um episódio interessante do ministério de Jesus. Tiago e João queriam lugares de honra ao lado do Mestre quando este tivesse o seu grande momento de glória. Para a humanidade, o momento mais importante da passagem de Jesus na terra enquanto homem é a sua morte e ressurreição. Foi morrendo na cruz que Jesus Cristo venceu o maior dos nossos inimigos: a própria morte. Quando Jesus foi suspenso no madeiro, quem eram os homens que o ladeavam? Quem ficou à direita e a esquerda do Mestre? Será que Tiago e João imaginaram tal situação? Se eles soubessem realmente tudo pelo que o mestre teria que passar, será que ousariam fazer um pedido daqueles? Onde estavam Tiago, João e os demais discípulos quando Jesus foi julgado, surrado, humilhado e crucificado?

Podem vocês beber o cálice que eu estou bebendo ou ser batizados com o batismo com que estou sendo batizado?” (Marcos 10. 38),perguntou Jesus. O cálice e o batismo. Jesus estava falando sobre o castigo divino dos pecados que ele mesmo suportaria no lugar da humanidade pecadora. Diante de tamanho gesto de amor, vemos duas atitudes possíveis: cinismo e zombaria: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!” (Lucas 23. 39) ou a constatação de uma rendição humilde: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino” (Lucas 23. 42). Essas duas reações distintas saíram da boca dos dois criminosos que foram crucificados junto com Jesus.

Tiago e João podiam suportar muita dor e sofrimento pelo Evangelho. Mas, não seria nada comparado a estar separado de Deus. Foi isso que Jesus experimentou na Cruz. Ele experimentou toda a dor e o maior dos sofrimentos que um ser humano pode suportar. O pecado da humanidade que faz separação entre Deus e a Sua criação.

Todo sofrimento ou boa obra que o discípulo puder experimentar será uma conseqüência daquilo que Cristo já realizou na cruz. O amor de Jesus nos impulsiona a suportar o sofrimento e a servir o próximo. Tudo o que pudermos fazer será em resposta ao amor que recebemos primeiro. Nenhum sacrifício ou boa obra pode nos garantir salvação. Ela já nos foi dada de graça por Jesus Cristo na Cruz. Vamos levar adiante essa boa notícia de perdão, graça e amor!

domingo, 2 de dezembro de 2007

Tudo ao Contrário

"entre vocês não será assim, muito pelo contrário"


O texto bíblico do Evangelho de Marcos (10. 35-45) nos apresenta o episódio onde dois dos discípulos de Jesus lhe fazem um pedido. Tiago e João queriam um lugar especial com Jesus. Os demais discípulos logo se indignaram com a petulância da dupla. Mas, e Jesus, como reagiu diante da situação? O verso 42 começa dizendo que Jesus chamou os discípulos “para junto de si”. Imagino que Jesus, com todo amor e carinho, tivesse fazendo como um pai que deseja que os filhos compreendam uma coisa importante: ‘Cheguem mais perto, me deixa explicar uma coisa para vocês...’

Não é emocionante esse jeito amoroso de Jesus mostrar as coisas por uma perspectiva diferente!? Jesus começa apontando para a maneira como os líderes costumam governar as instituições humanas: ‘Vocês sabem como é por aí... Agora, entre vocês não será assim, muito pelo contrário’. No discipulado cristão o caminho para ser importante segue numa direção oposta. A marca da igreja de Jesus Cristo deveria ser o serviço. Mas, infelizmente, não é isso o que temos testemunhado no mundo evangélico brasileiro. Está cada vez mais difícil ver a diferença entre ‘os governantes das nações’ e os líderes das mega-igrejas. Como disse um pastor nordestino: "Não se sabe se os sacerdotes dos nossos tempos são atraídos por vocação ou tentação" (Carlos Queiróz).

Como um Pai paciente e amoroso, Jesus mostra o problema e as conseqüências de um comportamento arbitrário e tirânico: “Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas”. Depois, o mestre explica, a partir do seu próprio exemplo, como as coisas deveriam ser: “Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. A marca que distingue o cristão no mundo é o amor (João 13. 35). Somente o amor pode impulsionar alguém para o serviço. O mesmo amor de Jesus que lhe permitiu mostrar a vontade divina aos discípulos é que vai impulsioná-los a irem para fazer o mesmo.

No seu livro Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, o autor John Stott lembra bem que “O mundo mede a grandeza pelo sucesso; Jesus a mede pelo serviço”. Que o Senhor me ajuda a compreender e aceitar que a Tua graça é suficiente para mim. Quero crer que o Teu poder se aperfeiçoa na minha fraqueza. Amém.

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