Agradeço a todas as visitas e comentários! Seja bem vindo!!! Que Deus abençoe a tua vida!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Os Mapas, Os Caminhos, A Realidade...

No Salmo 43 encontramos o salmista fazendo um pedido: "Envia a tua luz e a tua verdade; elas me guiarão e me levarão ao teu santo monte, ao lugar onde habitas" (Nova Versão Internacional). As lamentações do autor, que já iniciam no capítulo anterior, parecem ser de alguém que não pode fazer a sua peregrinação costumeira ao monte sagrado onde os fiéis buscavam a presença de Deus. Algo o impedia, talvez um inimigo externo, algum conflito na região, quem sabe uma doença ou qualquer limitação física.
Vemos, então, uma alma aflita, melancólica, deprimida, triste, ansiosa por receber algum alívio e poder se preencher novamente de esperança na presença de Deus. Eugene H. Peterson, em sua versão (A Mensagem) deste capítulo traduz o verso 3 da seguinte maneira: "Dá-me tua lanterna e teu compasso, empresta-me um mapa, para que eu consiga encontrar o caminho do monte sagrado, o lugar da tua presença". O que lemos neste pedido traduz o desejo do salmista por ter os instrumentos corretos que possam guiá-lo à presença de Deus. Se imaginarmos que no antigo Israel esta presença de Deus estava sempre muito ligada a um local geográfico específico, então, a tradução de Peterson é correta. Numa linguagem ainda mais atual poderíamos dizer que o salmista anseia por um aparelho GPS que o ajudasse a encontrar o caminho para Deus. No entanto, foi inevitável deixar de notar a diferença de traduções.
Enquanto a "luz" e a "verdade" são coisas mais "internas", falar de mapas, compasso, lanterna e GPS nos remete aos aparelhos externos que manipulamos como manuais e fórmulas. Não há dúvidas de que nós, seres humanos, vivemos buscando pelas receitas e aparatos que prometem nos indicar as respostas e os caminhos mais fáceis! Não há nada de errado em buscar facilidades para os desafios do nosso dia a dia. É prudente se informar com mapas e até utilizar um GPS nas viagens, especialmente se não conhecemos o caminho e a cidade que queremos percorrer. No entanto, todos nós sabemos também que um mapa não substitui a experiência de ter percorrido pessoalmente uma rua, uma estrada, uma cidade. Há uma diferença entre o conhecimento que se baseia na experiência real e concreta e aquela adquirida somente por uma leitura e apreensão teórica.
Sabemos que Deus não está restrito à lugares sagrados. Conhecemos hoje a resposta de Jesus à mulher samaritana que perguntou sobre o lugar onde se deve adorar (João 4. 20-24). Se sabemos mesmo disso, se Deus não se encontra em lugares sagrados, em templos feitos por mãos humanos, se Ele não está em objetos, mantras, fórmulas e rituais sagrados, então, os mapas, as lanternas, os aparelhos de GPS e qualquer outro badulaque não é capaz de nos ajudar. Uma coisa é ter o mapa e tentar conhecer uma região por esta representação, outra coisa, é pisar o chão e observar as paisagens pessoalmente.
Nossos instrumentos são capazes de revelar sombras, retratar imagens, oferecer pistas, indicar caminhos. Temos também, para nossa vida devocional, a Palavra, as Escrituras que nos revelam a Deus e todo o seu amor. Mas, não confiamos nos meios em si. Não nos apegamos ao mapa como se isso já bastasse para podermos dizer que trilhamos o caminho e conhecemos a cidade. A rota espiritual de cada um não está em livros e manuais. Precisamos da fonte sem a qual nenhum mapa ou aparelho, por mais sofisticado que seja, pode ser feito. Pois estes, serão sempre o esforço por reproduzir e retratar algo real e infinitamente maior.

Nenhum comentário:

Veja Também:

Related Posts with Thumbnails