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segunda-feira, 21 de março de 2016

Um Corrupto Entre os Discípulos

 Você também já deve ter ouvido falar de uma bancada evangélica no Congresso Nacional. A má conduta de alguns líderes, pastores, padres e políticos que se declaram cristãos costuma ser utilizado como acusação contra a igreja. Esse tipo de crítica geralmente parte da ideia de que a igreja é um reduto de santos. Aqueles, porém, que conhecem a Bíblia e os relatos envolvendo Jesus e a origem da igreja, sabem muito bem que o joio e o trigo crescem juntos.

O Brasil vive mais um período difícil de sua história. Em meio a uma grande operação investigativa, há muitas acusações, delações, batalhas judiciais e políticas. Pessoas com muito dinheiro e acostumadas ao poder estão sendo expostas e até mesmo presas. Diante do noticiário nem sempre é fácil saber onde está a verdade, qual a versão mais condizente, qual posição tomar frente aos acontecimentos. Uma questão pertinente a ser lembrada é que a corrupção não se localiza em partidos políticos, não é privilégio de apenas uma ou outra ideologia, não poupa religiões, gera escândalo em toda parte. O realismo bíblico explica que não são instituições impessoais, sistemas abstratos ou movimentos ideológico-partidários que, a priori, geram a corrupção. É verdade que cada uma destas, dependendo de como se organiza, pode potencializar o mal. As Escrituras ensinam que “não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:22-23). Corrupção é coisa do ser humano. “O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo?” (Jeremias 17.9).

Não sejamos, pois ingênuos. O próprio Jesus sabia muito bem dessa disposição humana para o mal. Havia entre os doze discípulos, que ele havia escolhido a dedo, também um que deu vazão a toda corrupção do coração. É verdade que o potencial da corrupção estava em todos eles. Todos cometiam seus erros. Uma coisa, porém, é errar, cometer equívocos, reconhecer, fazer a autocrítica, aceitar admoestações e corrigir o caminho. Havia um, no entanto, que não se permitia um coração quebrantado e humilde. Além de ser conhecido na história como aquele que traiu Jesus por um punhado de moedas, Judas era um corrupto entre os doze. Ele tinha a sua própria agenda paralela a tudo aquilo que Jesus estava propondo. Mais uma vez é preciso admitir que essa agenda paralela também pode ser identificada nas palavras e atitudes dos demais discípulos. Estes, porém, deixaram-se orientar e terminaram os dias como mártires da causa do evangelho. Não foi o caso de Judas Iscariotes.

Uma semana antes da páscoa judaica Jesus estava numa casa quando foi surpreendido pelo gesto de uma mulher. Ela começou a ungir Jesus despejando sobre ele um perfume caríssimo. Diante da cena um dos discípulos de Jesus se apressa em protestar: “Por que isso!? Este perfume é caríssimo, veja a marca, poderia ser vendido facilmente por mais de trinta mil reais. Teríamos, assim, um bom dinheiro para ajudar os pobres!” (João 12. 5). Jesus repreende Judas afirmando que ele não entendia o que realmente estava acontecendo (João 12.7-8). Há, porém, uma denúncia de João a respeito de Judas que Jesus, naquele momento, não deixa claro. O autor do relato afirma que Judas não dizia aquilo protestando porque realmente se importava com os pobres, mas porque era ladrão. Judas era o tesoureiro do grupo e costumava se apropriar indevidamente do dinheiro que guardava (João 12.6). Fazia o discurso em favor do pobre porque isso propiciava oportunidades de levar vantagem.

O que nós, hoje, podemos aprender deste relato bíblico? Primeiro que Jesus conhece bem aqueles que afirmam estar com ele e defender a sua causa. Não deveria ser, portanto, espanto para a igreja e os cristãos que haja aproveitadores, traidores e corruptos entre eles. Isso nunca foi novidade. O relato bíblico e a história o revelam. Cabe a admoestação, a repreensão e o chamado ao arrependimento e à mudança de rumo. Uma segunda e importante lição é que o discurso em favor do pobre também sempre foi utilizado para encobrir intenções escusas. Políticas sociais e iniciativas a favor dos mais necessitados costumam sensibilizar corações e gerar arrecadação de fundos que, lamentavelmente, costumam ser desviados pela corrupção. A instrumentalização da pobreza é comum no meio político para gerar votos e financiar projetos de poder.

Em meio aos escândalos, denúncias de corrupção, desvios e tudo aquilo que contribui para o que costumamos escutar como crise política e econômica, muitos cristãos, confusos, mas, bem intencionados, se apressam em tomar partido. Cientes de que, sim, os cristãos e a igreja são chamados a defender a causa da viúva, do órfão e do estrangeiro (Deuteronômio 27.19), como encontramos em todo o Antigo e Novo testamento, tendemos a aderir facilmente ao discurso pela causa do pobre. O risco em meio a tudo isso é de nos esquecermos de que a causa do evangelho - o amor e a misericórdia, o cuidado com o necessitado - é anterior às ideologias modernas. Cuidemos, pois, para não nos encontramos ostentando a bandeira do evangelho ao mesmo tempo em que, equivocadamente, nos colocamos ao lado da injustiça. Mesmo que seja legítimo o envolvimento político-partidário, bem como a adesão às causas e movimentos organizados, o cristão possui fundamento e motivação na causa contra a injustiça que é anterior e está acima de todas as disputas humanas. 

Antes, portanto, de qualquer adesão cega às ideologia humanas, cuidemos para não nos encontrarmos legitimando atos de corrupção sob o argumento da promoção da justiça em favor dos mais pobres. Não nos deixemos seduzir e assumir, assim, o slogan de que “os fins justificam os meios”. Estes meios, muitas vezes, podem causar mais dor, maldade e injustiça do que o fim pretensamente nobre. Antes, portanto, de entramos em acaloradas discussões envolvendo ideologias políticas ou famosas figuras do cenário político, peçamos sabedoria e discernimento a Deus. Oremos, inclusive pelos adversários. Calemos e não nos precipitemos! Não devemos nos omitir, é verdade. Mas, também não há motivo para palavras e gestos afoitos. Que mesmo quando uma palavra mais dura for necessária, que seja o último recurso. Como pessoas reconciliadas com Deus, somos feitos seus embaixadores para vivermos de tal modo que nosso testemunho sirva de luz àqueles que praticam a injustiça.

sábado, 12 de março de 2016

Instruções de Jesus aos Seus Colaboradores

Jesus enviou os doze trabalhadores com esta responsabilidade:

Para converter quem não crê, não comecem viajando para longe. Não tentem ser dramáticos, travando batalhas contra inimigos públicos. Procurem os perdidos, os que se sentem confusos aqui mesmo na vizinhança. Digam-lhes que o Reino já está aqui. Levem saúde para os doentes. Ressuscitem os mortos. Toquem os que são considerados imundos. Expulsem demônios. Vocês são tratados com generosidade, por isso vivam generosamente.

Não pensem que será necessário uma campanha para levantar fundos antes de começar. Não será necessário muito equipamento. Vocês são o equipamento. Tenham em mente de que tudo de que precisam são três refeições por dia. Não carreguem muito peso na viagem. Quando entrarem numa cidade ou numa vila, não procurem nenhuma hospedagem de luxo. Consigam um lugar simples, onde haja pessoas simples: não queiram mais do que isso.

Quando baterem à porta de uma casa, sejam educados. Se forem bem recebidos, sejam gentis na conversa. Se não forem, retirem-se sem estardalhaço, sem fazer cena. É hora de dar de ombros e continuar o caminho. Estejam certos de que no dia do juízo eles irão lamentar o que fizeram, mas isso não será mais problema de vocês.

Mantenham-se alerta. Eu os estou incumbindo de um trabalho perigoso. Vocês serão como ovelhas correndo no meio de um bando de lobos, portanto não chamem atenção para vocês. Sejam espertos como a serpente, mas inofensivos como as pombas.

Não sejam ingênuos. Alguns irão contestar as motivações de vocês, outros tentarão manchar sua reputação – só porque vocês creem em mim. Não fiquem deprimidos se forem levados perante as autoridades civis. Sem saber, eles fazem a vocês - e a mim – um grande favor, dando-lhes um palanque para pregar as novas do Reino! E não se preocupem com o discurso. As palavras certas serão ditas. O Espírito do pai de vocês irá providenciá-las.

Quando o povo perceber que é o Deus vivo que vocês representam, não algum ídolo que os faça sentir-se bem, eles irão volta-se contra vocês, até mesmo membros da família. Aqui está uma grande ironia: proclamar tanto amor e experimentar tanto ódio. Mas não desistam. Não se deixem abater. No final, valerá a pena. Vocês não estão perseguindo o sucesso, mas apenas tentando sobreviver. Sejam sobreviventes! Antes que se esgotem as opções, o Filho do Homem estará de volta.

O aluno não ocupa uma posição mais elevada que a do professor. O empregado não ganha mais que o patrão. Portanto, deem-se por satisfeitos quando vocês, meus alunos, meus trabalhadores na colheita, receberem o mesmo tratamento que eu recebi. Se a mim, que sou mestre, eles chamam ‘demônio das moscas’, o que os criados podem esperar?

Não fiquem com medo. No tempo oportuno, tudo será manifesto, e todos irão saber como as coisas realmente são. Assim, não vacilem em torna-las públicas agora.

 Não se calem diante dos blefes e das ameaças dos valentões, porque não há nada que eles possam fazer contra a alma de vocês. Mantenham-se tementes a Deus: ele é quem sustenta em suas mãos a vida – corpo e alma – de todos.

 Mateus 10. 5-28 na versão A Mensagem de Eugene Peterson para as orientações de Jesus aos doze discípulos

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